Por Chris Bicalho – B360 Travel
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Imagem: Divulgação
Em tempos de mundo global fica cada vez mais difícil se desligar da tomada – saudades de quando Apple e Blackberry eram apenas frutas… Hoje é tudo sem fio, Wi-Fi partout… e que bom, claro que sim. Mas é bom também se desconectar de vez em quando. Para conectar-se com outros, como dizer, sites. O site superior por exemplo, sei lá. Conexão direta com o divino, captou? Faz bem para o espírito, eleva a alma, “desestressa”. Que tal, entonces, deixar seus gadgets para trás, encher o peito de gás e encarar uma jornada rumo ao inexplorado, ao desconhecido? Ao surpreendente.
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Vamos para o Nepal, um dos países mais escondidos da Terra. Fica ali, encravado no Himalaia, entre a Índia e o Tibet. A turma costuma chegar por lá para escalar o Everest, a partir da capital Kathmandu. Mas a ideia agora é seguir para o norte, inóspito, misterioso. O destino final é a cidade sagrada de Lo Manthang, capital da província de Mustang, onde até hoje vive-se como nos tempos do Reino de Lo – isso sabe quando? Ano de 1380. De lá para cá pouca coisa mudou mesmo: não há eletricidade, nem telefone; apenas agricultores e monges (o último censo, de 2001, contou 876 moradores no vilarejo).
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E o que tem para fazer? Nada de natureza mundana, é bom alertar. Mas a trip não acaba ali, só para ali. O que vale mesmo é a caminhada até lá, de quatro dias, a pé e de bike, a partir de Jomso. Dureza? Pode ser, mas como no Caminho de Santiago e na Trilha Inca, o que está em jogo não é a disposição física, mas a intenção espiritual. A aventura atravessa montanhas, neve e deserto, e pela trilha aparecem pequenas cidades medievais com seus monastérios e habitantes tão coloridos no vestir, alegres, felizes demais. É zen total, contagia. Impossível não ficar em paz quando se está mais perto do céu. Cercado de silêncio por todos os lados, mas não se sentindo absolutamente só, a gente tem a sensação de estar mais vivo do que nunca, incrivelmente vivo. Para dizer o mínimo, uma experiência divina.
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Tem que ir, ok? Quando? março e abril, outubro e novembro. Importante lembrar que é preciso visto para entrar no Nepal e outro visto com permissão para trekking na região. No fim, a recompensa: descanso dos bravos no superbe Dwarika, um antigo palácio da família real nepalesa transformado em hotel. Aí, ah, aí tem massagens, banhos, comidinhas excepcionais, tudo, tudo.
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