Imagem: Reprodução
A exposição “É na vigília que se começa a sonhar”, questiona o público a real distância entre se sonhar e estar acordado. Se alguns artistas insinuam paisagens para depois retirar sua materialidade com um pincel, outros sequer insinuam paisagem reconhecível porque através da interação entre sujeito e obra – a despeito das vontades – surgirão significados criados pelo contato. Artistas e curador compactuam a ideia de comunicação como contato de ideias invisíveis, porém essenciais, à vida humana. É apenas através das formas e das imagens, visíveis, diga-se de passagem, que se pode alcançar este lugar invisível onde as ideias tocam-se.
“É na vigília que se começa a sonhar”, apresenta trabalhos dos artistas: Anna Guilhermina, Gabriel Nehemy, Mariana Mattos, Michelle Rosset e Patricia Carparelli que não apenas falam de coisas diferentes como apresentam seus trabalhos nas mais variadas formas de mídia.
A exposição, que tem como curador Paulo Gallina,apresenta ao público pinturas e fotografias que contestam os materiais que se esperam desses suportes – talvez como os surrealistas do início do século passado. Todos os limites estão sendo testados nesta exposição, tanto das formas quanto dos conteúdos. Porque depois de arrebatado pelas imagens dos cinco artistas, cabe ao sujeito despir-se das normas que lhe foram ensinadas para descobrir sozinho como imagens podem tornar-se ideias e comunicação. Uma comunicação muito mais direta do que as palavras, mas muito menos explícita. Seja bem-vindo às vozes sem palavras.