Nada justifica um atentado, nada justifica o assassinato de uma pessoa por ela expressar a sua opinião, mas hoje – mais do que nunca – é preciso saber que sim, existe limite para uma piada. O jornal ‘Charlie Hebdo’, conhecido por suas charges e por ter sido alvo de um ataque que vitimou parte de seus cartunistas e diretores, voltou a se tornar notícia por – usando as palavras da maioria – “passar o limite do aceitável”.
Na capa de sua nova edição, acreditem, o jornal traz duas charges com Aylan – o menino sírio que foi encontrado sem vida em uma praia turca. A imagem, que provocou uma mudança na visão do mundo em relação aos refugiados, uma das imagens mais tristes que a redação já viu, foi usada de maneira torpe e injustificável para estampar a nova edição.
Na primeira capa, a ilustração traz a imagem do menino com um cartaz que faz alusão ao McDonald’s e a frase “Bem vindos imigrantes. Promoção: dois menus crianças pelo preço de um”.
Já na outra imagem de Aylan, a charge faz uma menção a Jesus Cristo e diz: “A prova de que a Europa é cristã. Os cristãos andam sobre a água. As crianças muçulmanas afundam”.
E se antes, logo após o atentado sofrido pelo jornal, o mundo usou as redes sociais para dar apoio ao jornal criando a hashtag #JeSuisCharlie (“Eu sou Charlie”), hoje a hastag é #JeNeSuisPasCharlie (“Eu não sou Charlie).
A charge foi criada por Laurent Riss Sourisseau, que escapou do atendado em janeiro deste ano.
Lamentável!
Imagem: Reprodução
