Su Tonani: “Fui inibida por delegado que me perseguiu após denúncia”, disse figurinista assediada por José Mayer
A figurinista Su Tonani, que foi assediada pelo ator José Mayer, esteve na sede da OAB Rio para falar sobre assédio em uma palestra para mulheres no trabalho
Foi a primeira vez que ela falou sobre o ocorrido. “Se em algum momento pensei em entrar com um processo e ir para vias jurídicas fui extremamente inibida por um delegado logo após a minha denúncia. Ele me intimou cinco vezes no meu endereço residencial com dois policiais querendo me forçar a depor na delegacia dele. Tive que ir até a defensoria pública que emitiu um ofício dizendo que caso eu fosse entrar com uma ação eu iria até uma delegacia da mulher. Esse cara jogou esse oficio na mídia que foi distorcendo, distorcendo e mudando o foco da história”.
Tonani ainda disse que avisou a empresa algumas vezes sobre o assédio, e, por não ser ouvida, decidiu expor o caso na imprensa. “Não dá mais para lidar com o assédio como uma besteira. Eu quis lutar a favor de mim mesma, depois de ter ido a várias instâncias dentro de uma empresa. Porque infelizmente as empresas não estão preparadas para lidar com assédio. Não existe protocolo para lidar com assédio. E tudo isso vai dificultando o trabalho e a forma de lidar com a empresa. Foi muito difícil para mim tomar a decisão para ir a público. Na época, julguei socialmente que uma pessoa que é famosa merecia o julgamento do público e pronto”.
O ator ou seus representantes não entraram em contato com a figurinista após a exposição do assédio: “Em nenhum momento ele me procurou ou os advogados dele me procuraram. Mas isso não é o foco da questão que é: as empresas não estão preparadas. A TV Globo fez na época o que havia para ser feito, do que eles tinham de experiência. Fui ouvida por vários departamentos dentro da empresa. Fui ouvida pela emissora, mas não havia um protocolo, uma forma de lidar com o assédio. Acredito que isso está mudando”.
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