Domésticas das Filipinas eram escravizadas em São Paulo

01/08/2017 - 16:00 | Por: Circolare

Já faz um certo tempo que famílias mais abastadas de São Paulo contratam empregadas imigrantes, principalmente das Filipinas, de agências de funcionários domésticos. Algumas realmente traçaram um destino feliz por aqui, com bons salários, boas condições de moradia e, claro, carinho da família que as contratou.

Mas, infelizmente, foi descoberto pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo um esquema de agenciamento de homens e mulheres imigrantes (vindos das Filipinas, do Chipre, de Hong Kong, de Dubai, de Cingapura e do Nepal) para tais trabalhos domésticos com condições análogas à escravidão.

Segundo o MPT, 180 pessoas foram trazidas para o país por intermédio das agências estrangeiras Global Talent e SDI. No Brasil, os imigrantes eram conduzidos, sem contrato formal de trabalho ou garantia de direitos, às famílias, que pagavam mais de R$ 10 mil às agências.

As investigações, iniciadas em 2014, mostram que os domésticos pagavam taxas superiores a US$ 2,50 (R$ 7 mil) às agências, com a promessa de trabalho no Brasil, recebimento de salário de R$ 2,2 mil, benefícios como décimo terceiro e bônus de horas extras. Os valores, no entanto, não eram pagos.

Além disso, as jornadas eram exaustivas, das 6h às 20h todos os dias. Alguns trabalhadores tinham de ficar à disposição 24 horas por dia.

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