Cem artistas francesas contra o “Time’s Up”
Se nos Estados Unidos o movimento “Time’s Up” tomou conta de Hollywood, e do Globo de Ouro, na França a classe artística vai na direção contrária.
Um grupo formado por 100 artistas e intelectuais assinou um manifesto criticando o “clima” que paira após as denúncias do caso “Harvey Weinstein”.
O texto, publicado no jornal “Le Monde”, é assinado por conhecidas personalidades da cultura francesa, como a Catherine Deneuve, a escritora Catherine Millet, a cantora Ingrid Caven, a editora Joëlle Losfeld, a cineasta Brigitte Sy, a artista Gloria Friedmann e a ilustradora Stéphanie Blake. De acordo com o documento, a “caça às bruxas” é uma ameaça à liberdade sexual – e afirma, até, que os homens devem poder “seduzir” as mulheres.
“O estupro é um crime. Mas a sedução insistente ou desajeitada não é um crime nem o galanteio uma agressão machista. “Desde o caso Weinstein houve uma tomada de consciência sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, especialmente no âmbito profissional, onde certos homens abusam de seu poder. Isso foi necessário. Mas esta liberação da palavra se transforma no contrário: nos intima a falar como se deve e nos calar no que incomode, e os que se recusam a cumprir tais ordens são vistos como traidores e cúmplices”, argumentam as signatárias, que lamentam que as mulheres tenham sido convertidas em “pobres indefesas sob o controle de demônios falocratas”.
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