Os Palpites na Maternidade (Alheia) – por Carol Ranieri Amorim
Recentemente tive a oportunidade de almoçar com uma amiga de infância, de quem recebi a feliz notícia de sua primeira gravidez.
Comemorações à parte, dentre outras questões práticas (enxoval, pediatra, berços, etc.), conversamos sobre as inúmeras expectativas e incertezas desta fase, tratando desde a curiosidade sobre as feições do bebê até a “estreia” no papel de mãe.
Eis que quando a perguntei sobre como seu filho se chamaria, ela me disse que ainda não tinha se decidido, mas que havia uns cinco nomes que ela e seu marido gostavam. E quais eram eles? Ela não me contou. Disse que, em apenas 3 meses de gravidez, já tinham tantas pessoas palpitando e fazendo projeções sobre seu filho (que também é primeiro sobrinho e primeiro neto de ambas as famílias), que ela resolveu comunicar o nome da criança apenas quando a decisão fosse definitiva, sem compartilhar as “possibilidades”. Após, acrescentou: “Se já esta assim agora, imagina depois que nascer?!”. Xi…
Pude perceber, quando fiquei grávida, que muitas pessoas vinham me aconselhar sobre os cuidados com a gestação. Também ouvi muitas dicas, às quais fico muito grata, sobre decoração do quarto dos bebês, entrevista com babas, sensações pós-parto, etc. Mas nada superou os palpites dados após o nascimento das crianças. Por mais úteis e bem-vindos que sejam boa parte deles (tenho uma lista de pessoas para agradecer por tudo o que me orientaram), nem sempre estamos afim de ficar ouvindo os conselhos alheios. “Olha, acho que ele está com fome”, “Deixa chorar um pouco”, “eles precisam de limites”, “tira esse casaco”, “eu acho que você deveria fazer de outro jeito” etc.
Por mais erros que possamos (e iremos) cometer, poder “descobrir” nossos filhos do nosso jeito é uma experiência única. É claro que ajudas são bem-vindas e boas dicas não devem ser desprezadas, mas o que acontece é que, muitas vezes, o limite entre o ajudar e o se intrometer fica muito tênue, e acaba desgastando mulheres ainda inseguras com tantas novidades. Ora, toda neo-mãe passa por um aprendizado e é muito bom termos pessoas queridas para nos socorrer quando precisamos. Mas também queremos tirar a prova daquela história do “instinto materno”, arcando com todas as falhas e acertos envolvidos no processo. Talvez nós mesmas não tenhamos essa certeza, mas a gente acaba conseguindo se virar sozinha!
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